sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Ativistas e delinquentes. Editorial do Jornal Zero Hora de domingo.

Este é o Editorial que o Grupo RBS publicará em seus jornais neste domingo dia 02 de fevereiro. O Grupo Centauro por entender que é um texto adequado e que traz à publico, de forma clara, o que está acontecendo no país e na segurança pública, transcreve-o a seguir:

ATIVISTAS E DELINQUENTES
"As inesperadas manifestações populares de junho do ano passado trouxeram muitas lições para o país, entre as quais a de que os jovens da era digital têm consciência social e a de que as instituições tradicionais (governos, políticos, imprensa etc.) precisam se qualificar para recuperar a confiança do público. Mas os protestos também serviram para evidenciar a diferença entre os brasileiros que efetivamente lutam por um país melhor e aqueles que se aproveitam de situações de descontrole para agredir, depredar e defender interesses obscuros. E isso está ficando cada vez mais claro nesta nova onda de mobilizações que atinge as principais capitais, a maioria sob o pretexto de boicote à Copa do Mundo.

A violenta reação popular contra um jovem identificado como integrante do movimento Black Bloc, em São Paulo, é a prova de que os brasileiros começam a tratar de forma diferente manifestantes e delinquentes.

Protestar contra a Copa pode _ ninguém está confortável com os gastos volumosos de recursos públicos nos estádios e nas obras de infraestrutura. Reclamar transporte público qualificado e tarifas razoáveis também é legítimo, considerando-se que este é um serviço essencial malcuidado pelos governantes. O que não é civilizado nem aceitável é queimar ônibus, quebrar vidraças, atacar bancos e prédios públicos, fazer arrastões e jogar pedras na polícia. Isso é delinquência.

As polícias brasileiras precisam ser mais prestigiadas. Da mesma maneira como devemos exigir policiais bem preparados para defender os cidadãos, sem abusar do poder que lhes foi conferido pela população, também temos que valorizar o trabalho desses servidores encarregados de manter a ordem pública. Por uma dessas deformações sociais difíceis de entender, começou a recair sobre os policiais brasileiros uma série de restrições. Mesmo quando chamados a controlar tumultos, eles são criticados por prender e por fazer uso de suas armas, mesmo quando se defendem de agressões. Ora, democracia não é exatamente isto.

Se não podemos aceitar policiais que agridem imotivadamente, também não podem nos servir policiais que não agem nem reagem. Se reconhecemos que há delinquentes entre os manifestantes, o mínimo que se pode esperar é que os policiais os reprimam para proteger os cidadãos. Melhor uma polícia ativa e eficiente do que a justiça pelas próprias mãos, como tentaram fazer os participantes de um evento em São Paulo ao identificar o black bloc mascarado protestando contra a Copa.

Depredadores e incendiários não podem mais ser chamados de manifestantes. Estes nasceram da democracia, aqueles querem assassiná-la".

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