segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Editorial do Grupo Centauro

A BRIGADA MILITAR E SUA MISSÃO CONSTITUCIONAL

O “Grupo Centauro”, composto por oficiais da Carreira de Nível Superior (CNS) da Brigada Militar, na sua maioria profissionais que galgaram os últimos postos como Oficiais Superiores, e alguns tendo exercido as funções de Comandante-Geral, Chefe da Casa Militar, Gabinete do Governador, Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, não pode ficar alheio a problema tão angustiante que aflige a comunidade gaúcha nesse momento importante que é a mudança da governo.
Diante de notícias que vêm sendo divulgadas pela mídia dando conta de falta de policiamento ostensivo e o conseqüente aumento da criminalidade, entendeu o Grupo Centauro ser necessário participar neste processo mediante contribuição com o devido e amplo esclarecimento público sobre a situação.
A contribuição que trazemos está calcada na aprendizagem desses Oficiais ao longo de décadas na atividade de polícia ostensiva, praticando as mais diversas orientações de Governo, aplicação de estratégias e técnicas em todos os níveis (administrativos e operacionais).
Deste conjunto de experiências adquiriu-se a nítida percepção sobre os múltiplos elementos que condicionam os gestores no sentido de superarem as angústias e ansiedades diante da pressão dos diversos atores envolvidos nas demandas. Aprendemos que nos momentos de decisão torna-se fundamental compreender todos os aspectos inerentes ao pleito, sempre com a intenção de contemplar e priorizar as definições que efetivamente traduzam o bem da coletividade.
O trabalho apresentado foi elaborado com o viés Institucional e visa atender os interesses da Sociedade.

Considerações iniciais:

Afirmar que as ações de polícia realizadas pela Brigada Militar estão calcadas apenas na presença física do Policial Militar é desconhecer a amplitude das ações propiciadas a partir da Constituição Estadual de 1989.

Essa atuação, baseada na eficiência da presença ostensiva do policial (fundamental para a prevenção), por si só já não responde ao que a sociedade precisa, diante da crescente onda de violência e criminalidade: - Eficácia, resultados corretos!

O modelo utilizado tem sido a priorização do atendimento aos chamados, com o policiamento motorizado em detrimento de outras modalidades e tem uma explicação lógica. Assim, se dá a aquisição de veículos e a construção de estruturas materiais, sem a efetiva política de Segurança Pública voltada para a prevenção e a solução de casos.

O modelo necessário precisa ser o da produção de resultados, mediante ações de uma Polícia Ostensiva comprometida com a redução dos crimes e a minimização da violência em todas as suas formas.

A Brigada Militar pode atuar nesse modelo de Polícia de Resultados pelo emprego planejado, organizado e coordenado de forma correta e integral, pelos seus Oficiais, mediante a fiscalização intensa sobre execução, e da gestão correta e inteligente dos recursos e informações disponíveis.

Os investimentos públicos em Segurança Pública devem, portanto, estar direcionados no sentido do incentivo à prevenção dos crimes e da solução dos casos.

Nas últimas décadas a prevenção foi abandonada e as ocorrências atendidas são apenas números para relatórios e estatística!

Situação:

A retração policial nos grandes centros com a resposta de que “não há efetivo” gerou a deficiente prevenção e ocasionou a ocupação dos morros e bairros mais pobres pelos traficantes. Com essa retração, os bandidos criaram praticamente um “estado paralelo”, submetendo a população às regras próprias, a exemplo do que se instalou no Rio de Janeiro.

Quando o Estado resolveu intervir, a situação estava tão caótica que as conseqüências foram as mais terríveis, e até hoje não há a consolidação de presença do poder público, ocasionando situações que só se vê em zonas de combate com mortes generalizadas.

O Rio Grande do Sul está no mesmo caminho. São urgentes as ações preventivas para não permitir a ocupação total de territórios por parte de bandidos, pois em alguns locais, traficantes já ditam normas e impõem até “toque de recolher”.

Nesse ínterim o que aconteceu com a Brigada Militar? - Houve uma “esdrúxula” reforma administrativo-operacional, e uma “exclusiva” (pois não ocorreu em outras Polícias Militares brasileiras) reformulação estrutural e de carreira - ambas altamente perniciosas aos interesses da sociedade.

Essas mudanças geraram a redução do efetivo policial destinado à finalidade principal, pois focaram políticas de Governo voltadas ao atendimento dos interesses dos partidos governantes e individuais de parcela da Corporação.


Fatos e Atos que agravam a situação na Brigada Militar:

1. Na Carreira de Nível Superior houve o preenchimento de vagas apenas nos postos de final de carreira, comprometendo a operacionalidade que é representada, primordialmente, pelos postos de Capitão e Major. Assim o topo da pirâmide – gestão e planejamento - está completo, mas a sua base – coordenação e fiscalização - está esfacelada.

Por outro lado, há uma distorção histórica na qual ocorre a busca frenética por Cargos em Comissão (CC), que nada têm a ver com as atribuições Constitucionais da Corporação, atendendo apenas aos interesses pessoais e políticos. Isso apresenta aos “contemplados” três situações deploráveis: a) fuga do serviço operacional; b) ganhos financeiros maiores; e, c) promoções precoces.

2. Do mesmo modo, na Carreira de Nível Médio, as graduações de Sargentos, e os postos de Tenentes estão completos. O problema está localizado na base, onde a quantidade dos Soldados está com previsão aquém do necessário e deficiente em relação ao preenchimento das vagas previstas.

Neste nível a distorção ainda é mais preocupante. A promoção é “automática”, quando da transferência para a Reserva Remunerada!

A edição de Leis específicas “premiou” as Praças e incentivou a busca pela inatividade precoce. Isso gerou a falta de qualquer incentivo em buscar a realização de Curso de Sargento e até de Oficiais.

Os que ainda têm interesse em efetuar Cursos de Formação, o fazem apenas para buscar galgar a Carreira de Nível Superior sem concurso público e, desta forma “burlar” a legislação e a jurisprudência pátria.

A fórmula de cálculo de vencimentos das Praças é diferenciada, de forma que, um Tenente na Reserva e com a incorporação de uma Função Gratificada civil percebe mais do que um Coronel em final de carreira.

Essas questões, se não forem resolvidas, inviabilizarão a própria atividade da Corporação, sendo fácil prever que em período diminuto de tempo não haverá mais como oferecer maiores salários aos cargos iniciais, sob pena de comprometer definitivamente a folha de pagamento.

PROVIDÊNCIAS

Neste cenário, é salutar o Governo adotar uma política de Segurança Pública, no âmbito da Brigada Militar, que atenda a dois grandes grupos de providências, que são:

a)     Administrativas,
b)     Operacionais.

Administrativas:

- Rever o número de Comandos Regionais, diminuindo a quantidade, e defini-los como função exclusiva do posto de Coronel.

- No interior, rever a atual organização diminuindo o número de Batalhões, substituindo por frações menores sob o comando de Majores ou Capitães.

- Revisão das cessões de policiais militares para o exercício de cargos estranhos à missão constitucional das polícias militares, agregando os que forem cedidos, com as conseqüentes perdas de direitos a promoções por merecimento, dentre outros. Não permitir, tampouco, que a remuneração dos cedidos, pelos cargos exercidos, seja incorporada aos salários sob nenhuma hipótese, acabando com o atrativo hoje existente de que é mais vantajoso trabalhar “fora da Brigada Militar”.

- Rever a legislação que dispõe sobre a promoção imediata de policiais (Nível Médio) quando são transferidos para a Reserva Remunerada. Isto incentiva a aposentadoria, quando deveria ser incentivada a permanência no serviço ativo.

Interessante citar que estão se aposentando policiais militares (em grande maioria do Nível Médio) que ainda não completaram cinqüenta anos, quando a média de vida do brasileiro está em 75 anos de idade.

Prejuízo para o Estado, que fica pagando aposentadoria por mais de trinta anos para quem não produziu conforme a sua formação, assim como aumentando cada vez mais o déficit do IPE.

Operacionais:

- Polícia de permanência – instalação de postos policiais permanentes, sob o comando de Capitães, com a constante presença policial nas ruas, fazendo patrulhamentos e contato com as comunidades.

- Reenquadramento das unidades sob comando operacional e administrativo centralizado, especialmente em locais com efetivos inferiores a 30 homens (Pelotão), substituindo-as por frações comandadas por Capitães ou Majores. 

- Estabelecer a organização e estrutura operacional em Batalhões ou Regimentos, passando as atividades especializadas a tratadas de forma integrada, tornando a especialidade uma característica do emprego policial e não uma especialização institucional.

Decisão Política:

- Imediata substituição de policiais militares em serviços carcerários, dado que pelo tempo em que exercem tais funções, em torno de vinte anos, já se deve ter permitido ao órgão estadual competente a formação de efetivos próprios.

- Recolhimento de Policiais Militares em atividades civis e estranhas a atividade fim, nos termos da legislação pertinente.

- Estabelecer um percentual máximo para atividades administrativas, recrutando pessoal temporário para essas atividades em substituição de pessoal apto para o serviço operacional.

- Estabelecer tempo mínimo de serviço para pleitear atividade administrativa ou aproveitar pessoal com redução de capacidade física.

- Rever as atribuições do CIOSP, transferindo suas atribuições no que diz respeito ao despacho de viaturas para o CPC, uma vez que hoje as Unidades Operacionais perderam a autonomia para gerir seus recursos e estabelecer prioridades dentro de um planejamento global.


Efetivos – Recursos Humanos

Para uma eficiente prevenção, é necessário que os policiais voltem às ruas e não se limitem unicamente ao atendimento de crimes depois da sua ocorrência. Isto só serve para contagens estatísticas, pois não diminui no cidadão a sensação de insegurança. Portanto, a reposição de efetivos é imperativa. A forma, no entanto, em que está ocorrendo a inclusão é insuficiente, pois sequer tem reposto a quantidade de policiais que estão se  aposentando.

Atualmente a Brigada Militar tem menos policiais no serviço Ativo do que possuía há vinte anos!

Seleção e Inclusão

Para atender essa demanda, impõe-se a criação de quatro Escolas de formação de Soldados, distribuídas entre capital, região metropolitana e interior, cada uma delas formando pelo menos 200 policiais a cada três meses. Com isto, haverá o aporte de 3.200 novos policiais militares por ano, ou seja, em torno de 200% a mais do que se aposenta no período.

Para isso, há uma razoável quantidade de prédios que podem ser usados como Escolas, bastando que sejam adequados.

Na direção e composição do quadro de professores podem ser utilizados policiais militares da Reserva Remunerada ou mesmo Reformados, salvo para aquelas matérias que são imperativas outras formações próprias unicamente do pessoal do serviço Ativo, tais com Operações Especiais e de Controle de Distúrbios. Também podem ser utilizados para palestras sobre assuntos específicos, dos conhecimentos e experiência adquiridos ao longo da carreira.

Ações no Nível Nacional

A prevenção sempre será prejudicada enquanto a legislação penal atual for favorável ao crime. Como se sabe, a maioria dos criminosos, ou é oriunda do regime aberto ou semi-aberto, ou está em liberdade condicional. É necessário que bandidos fiquem encarcerados, sob pena de a sociedade continuar a ser vítima de toda sorte de crimes.

A eficácia das ações de prevenção operacional, e das ações de caráter legal decorre da certeza de que o criminoso será efetivamente punido. Entretanto, atualmente, a situação estrutural e legal tem gerado mais a impressão da impunidade, com penas brandas.

Isso reflete nos criminosos mediante a idéia de que a punição é tão branda que acaba compensando a reincidência!

Grande parte dos crimes ocorre em função do livre tráfico de drogas e de armas, que passam sem qualquer controle pelas fronteiras. Isto sobrecarrega os Estados e suas respectivas polícias. Um efetivo controle das fronteiras, mediante a presença policial decorrente de planejamento e gestão inteligente diminuirá este tráfico. A redução dos crimes evitará que os Estados sejam sobrecarregados, principalmente pela ausência dos órgãos federais, que são responsáveis pelo controle das fronteiras.

QUANTO A ATIVIDADE DE BOMBEIROS

- Realizar licitação para a contratação de Oficiais e Praças da Reserva Remunerada para realizarem atividades complementares de Prevenção de Incêndio, sendo elas: Análise: Carreira de Nível Superior; Inspeção: Carreira de Nível Médio.

- Definição da atividade de Bombeiro Profissional Civil como atividade complementar do Corpo de Bombeiros para atuação operacional de combate a incêndio, salvamento e socorrismo em municípios com população abaixo de 10.000 habitantes, bem como no mercado de trabalho, com credenciamento condicionado à comprovação de qualificação adequada às Normas do Corpo de Bombeiros Militar RS.

- Definir que o Governo poderá convocar integrantes da Reserva Remunerada (Oficiais da Carreira de Nível Superior) para a organização e coordenação e chefia de bombeiros municipais, na modalidade de Bombeiro Misto. Nessas localidades, instituir atividades de prevenção de incêndio sob a chefia desses convocados, mediante subordinação funcional com o Corpo de Bombeiros Militar do RS.

CONCLUSÃO:
Por uma questão ética deixamos de opinar ou apresentar em nosso trabalho como deve ser definida cada questão, cabendo essa tarefa ao Comando da Corporação.
Assim nos posicionamos de forma a propiciar subsídios que visem a melhoria do serviço de policiamento ostensivo.
Entendemos e defendemos a moralidade, igualdade e legalidade das atividades da Brigada Militar a fim de não pairar dúvidas para a Sociedade.

Assim, acreditamos ter alcançado subsídios para uma análise consciente, propiciando os esclarecimentos sobre os fatos, que muitas vezes são distorcidos de forma intencional e leviana, gerando efeitos prejudiciais para a gestão da Segurança Pública, sentidos diretamente pela população.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Editorial lido na reunião-debate, do dia 25/08, com o candidato a Governador Vieira da Cunha


Editorial Centauro

Integramos o Grupo Centauro, entidade gerada pela associação espontânea de Oficiais da Carreira de Nível Superior da Brigada militar – Capitães, Majores, Tenentes Coronéis e Coronéis, Ativos e inativos -, com a finalidade de estudar e debater as questões relativas à carreira, ajudar na conscientização dos deveres e direitos de seus integrantes e mobilizá-los na busca dos objetivos a serem alcançados. Também nos colocamos como um grupo de apoio às autoridades constituídas e entidades que tratam destas questões no âmbito da segurança pública.

A Carreira de Nível Superior está regulada pela a Lei COMPLEMENTAR Nº 10.992, DE 18 DE AGOSTO DE 1997, que dispõe sobre a carreira dos Servidores Militares do Estado do Rio Grande do Sul.  No artigo 2º, § 1º diz: - O ingresso no Curso Superior de Polícia Militar dar-se-á mediante concurso público de provas e títulos com exigência de diplomação no Curso de Ciências Jurídicas e Sociais.

Os Oficiais da CNS são o nível estratégico de planejamento e direção de todas as atividades da Brigada Militar e estão sentindo diretamente, por serem os responsáveis pelo comando, as deficiências da instituição, pois o Estado tem como responsabilidade oferecer a segurança ao cidadão. Isto não vem acontecendo satisfatoriamente, gerando na população grande sensação de insegurança e medo, fazendo-a procurar maneiras de se defender da criminalidade.

Hoje, em todo o Brasil, pesquisas apontam a segurança como o segundo maior anseio da população, só perdendo para a saúde. Em alguns Estados a segurança começa a assumir a ponta.

No RS, pesquisa contratada pelo Grupo RBS e realizada pelo IBOPE de 13 a 16 de julho, bem no final da copa, apontando que a SEGURANÇA é a segunda maior preocupação dos Gaúchos, com 44%, estando somente a saúde na frente.

Em nossos estudos, tristemente, constatamos que as políticas publicas para a promoção da segurança e da sensação de segurança dos cidadãos não tem atingido o êxito desejado no seu objetivo institucional. O motivo principal é a falta de investimentos no sistema de segurança pública. Temos a policia ostensiva deficitária em efetivo, meios e, principalmente, salários insuficientes. 

Os fatores relevantes e intervenientes para que a Brigada Militar não possa cumprir de maneira plena a sua missão: são, sem dúvida, o primeiro: a falta de efetivo. Vejamos em 2007 tínhamos uma previsão legal de 33401 e existia 22379, faltavam 11022. Ao final de 2012 a previsão era de 34860 e existia 21818, faltando, portanto, 13042.

Estudos em todo o mundo mostram que uma comunidade bem policiada tem um policial para cada 300 habitantes - caso da Alemanha e outros países da Europa. No Brasil temos um policial para cada 472 habitantes em média. No RS temos um PM para cada 521 habitantes.

Existe, na sociedade, uma grande sensação de insegurança e como os cidadãos não conseguem a segurança publica patrocinada pelo Estado, que deve ser um serviço essencial, partem para a contratação de um serviço alternativo, que sabem não ter poder de lhes proporcionar segurança, mas lhe traz uma razoável sensação de segurança. Nos últimos 10 anos a segurança privada vem crescendo, em media, 85% e as polícias cresceram apenas 10%.

O gasto da população em segurança privada vem onerando cada vez mais as famílias. Segundo o IPEA e a Rede Bandeirantes, nos últimos dez anos, os brasileiros gastaram mais de 40 bilhões de reais com trabalhadores em segurança privada e contratação de seguros.

Durante o mês da copa os porto-alegrenses e os que aqui estiveram, viram e sentiram uma agradável “sensação” de segurança, mostrada, sobejamente, através da presença ostensiva de Policiais Militares, com seus meios e recursos materiais, patrocinados pela copa. Assistimos os populares andando sem medo pelas ruas da cidade, confiantes no bom serviço da Polícia Ostensiva, que ressaltava através da presença em quantidade totalmente visível do policiamento.

Ficou claro que a presença da polícia ostensiva nos espaços públicos é fator inibidor do crime e dos desvios de conduta. Restou claro, também, que os aparatos tecnológicos, usados para a detecção das condutas irregulares, são complementares ao serviço policial e não devem ser, de forma alguma, a estrela maior da segurança pública.

Na contramão das necessidades de uma adequada prestação de polícia preventiva o efetivo policial, ao longo dos anos, vem diminuindo.

Portanto, é hora de buscar caminhos e abrir portas que nos ajudem a diminuir a tensão e a sensação de medo e de perda que começam a tomar forma na sociedade, afetando a vida, o patrimônio e as garantias individuais e, principalmente, a liberdade de todos nós.
___________

Na próxima postagem o Grupo Centauro mostrará detalhes e os assuntos debatidos na reunião com o Candidato.




sábado, 2 de agosto de 2014

Reunião de julho recebe a nova Diretoria da ASOFBM


A reunião mensal no mês de julho foi no dia 24, quinta feira, às 20 h, no Clube Farrapos dos Oficiais da Brigada Militar. Conforme a tradição dos Centauros assumiu a presidência de honra o Oficial mais antigo presente.

O encontro destinava-se a ouvir a nova Diretoria da ASOFBM - Associação dos Oficiais da Brigada Militar e estiveram presentes a reunião, o Presidente do Conselho Deliberativo, Cel Marcos Paulo Beck, o Presidente do Conselho Fiscal, Cel Dalmo Itaboraí Nascimento e o futuro Presidente da Diretoria Executiva, Cel Marcelo Gomes Frota, que será empossado no dia 26 deste mês.
Mesa da direção dos trabalhos

O Coordenador dos Trabalhos falou da importância da reunião, porque os Centauros estavam recebendo a nova Diretoria da ASOFBM em um momento especial, pois vinha para nos transmitir o novo perfil do trabalho a ser empreendido ao longo da gestão que se inicia. Ressaltou que, quando do acerto para a reunião, a nova Diretoria afirmou que desejava participar da reunião e trabalhar junto com os Centauros, para alcançar o objetivo primordial de fortalecimento da Carreira de Nível Superior, na defesa dos direitos, deveres e prerrogativas da função e que são coincidentes ao trabalho que o Grupo Centauro vem desenvolvendo desde a sua criação, há quatro anos, e que é de parcerias como esta que a ASOFBM necessita para atingir os seus reais objetivos.

Leitura do Editorial do Grupo Centauro

A seguir foi lido o Editorial do Grupo Centauro: “O legado da copa para a segurança pública”. Clique aqui para ler o Editorial.

Em nome da ASOFBM, falou o Cel Beck, que informou sobre novos critérios de desempenho da Associação, objetivando fortalecê-la e centrar seus objetivos nas questões estratégicas que envolvem a Carreira. Disse que  tais critérios começam com o adequado entendimento do sistema de persecução criminal e a PM neste contexto. Falou sobre os aspectos legais e projeto de lei em elaboração no Congresso sobre Segurança Publica. Lembrou de questões atinentes a carreira, a legislação e o  relacionamento com órgãos e autoridades, cujas decisões nela possam interferir. Falou da necessidade de maior comunicação da ASOFBM com seus associados e a necessidade de participação efetiva dos mesmos na gestação das decisões. Enfatizou a necessidade de novos sócios para acrescentar maior grau de legitimidade na ação da Associação. Afirmou a necessidade de realizar assembleias gerais para incrementar a  participação dos associados nas decisões mais importantes.

Como assessor da ASOFBM, em Brasília, junto ao Congresso Nacional o Major Marcelo Pinto Specht  , em nome da Diretoria, apresentou um resumo dos principais projetos de lei e emendas constitucionais em andamento no Parlamento Federal que citamos a seguir:

PEC 1028/2001: Cria a figura delegado conciliador.  Se aprovado vai substituir o Termo Circunstanciado feito pelas PM.

PEC 51/2013: Altera os art. 21, 24 e 144 da Constituição Federal; acrescenta os Arts. 143-A, 144-A e 144-B, reestrutura o modelo de segurança pública. Proposta de Emenda Constitucional que altera radicalmente a atual configuração das polícias brasileiras.

PLC 39/2014: Concede Poder de Polícia às Guardas Municipais;

PL 4363/2001: Estabelece normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das policias militares e corpos de bombeiros militares.

PL 2291/2011: Regula a investigação criminal conduzida por oficiais de Polícia Militar; Dentre, outras medidas, além de definir a competência exclusiva dos oficiais na realização do IPM nos crimes militares, reconhece os oficiais como integrantes de Carreira Jurídica.

PL 2292/2011: Regulamenta as ações da Policia Administrativa exercida pelas PM no exercício da Policia Ostensiva e de Preservação da Ordem Pública;

A seguir o Cel Marcelo Gomes Frota – Presidente da ASOBM - traçou um breve perfil do modelo de evolução político-administrativa experimentada pelo Brasil desde a Revolução de 64.  Neste contexto, a formatação da Segurança Pública até nossos dias. Continuando, centrou sua abordagem na gestão que pretende empreender na ASOFBM, destacando a necessidade de fazer preponderar o interesse coletivo, abandonando de vez o protagonismo na primeira pessoa. Informou que em contato com o Cmt Geral tratou da necessidade da Associação dispor de oficiais altamente qualificados e com dedicação exclusiva ao trabalho na ASOF; Referiu, também, à necessidade de tomada de decisões em Assembleia Geral, para que a busca de consolidação da Carreira Jurídica seja implantada com toda eficácia, participação e legitimidade. 

Enfatizou a importância da criação de uma Escola junto a ASOFBM. Disse ainda da necessária participação da Entidade no processo de melhoria da Lei de Promoções e também da importância da existência de critérios explícitos e forma legal definida para o processo de decisão na escolha do Cargo de Cmt Geral, à semelhança do que já ocorre  em outras carreiras jurídicas. 

Informou, também, que pretende incrementar a assessoria que cuida da tramitação dos diversos projetos sobre segurança pública e sobre as carreiras que tramitam em Brasília. Já para os dias 7 e 8 de agosto, lá estarão para assessorar decisões importantes que estão na pauta do Congresso. Concluiu dizendo da satisfação de estar reunido com o Grupo Centauro.
Presidente da ASOFBM recebendo a lembrança do Grupo Centauro

A seguir Oficiais designados pelo Cmt Geral trouxeram informações iniciais sobre o Plano estratégico da BM que está em fase de elaboração.

Depois de encerrada a reunião, como de praxe, foi servido o jantar de confraternização.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

EDITORIAL DO GRUPO CENTAURO


O legado da copa para a segurança pública

A Copa do Mundo de futebol, antes contestada por uns e defendida por outros, trouxe a todos nós e deixou aqui um enorme legado de novas experiências, sensações e ideias. Talvez a gente saia dela menos medroso, bem menos disposto a repetir os erros que estávamos cometendo e não tínhamos a coragem de constatar e, como convêm as mais desenvolvidas democracias, “abrir a boca”.

Vamos começar pela pesquisa contratada pelo Grupo RBS e realizada pelo IBOPE de 13 a 16 de julho, bem no final da copa, apontando que a SEGURANÇA é a segunda maior preocupação dos Gaúchos, com 44%, estando somente a saúde na frente.

Durante o mês da copa os porto-alegrenses e os que aqui estiveram, viram e sentiram uma agradável “sensação” de segurança, mostrada, sobejamente, através da presença ostensiva de Policiais Militares, com seus meios e recursos materiais, patrocinados pela copa. Assistimos os populares andando sem medo pelas ruas da cidade, confiantes no bom serviço da Polícia Ostensiva, que ressaltava através da presença em quantidade totalmente visível do policiamento.

Ficou claro que a presença da polícia ostensiva nos espaços públicos é fator inibidor do crime e dos desvios de conduta. Restou claro, também, que os aparatos tecnológicos, usados para a detecção das condutas irregulares, são complementares ao serviço policial e não devem ser, de forma alguma, a estrela maior da segurança pública.

Na contramão das necessidades de uma adequada prestação de polícia preventiva o efetivo policial, ao longo dos anos, vem diminuindo. Vejamos em 2012 – não será citado o efetivo atual como forma de preservação estratégica do emprego de efetivo - a lei de efetivos da Brigada Militar previa um total de 34860 e ao final do ano existia 21818, faltava portanto, 13042 PM. Já na carreira de nível superior – autoridade policial militar – temos a previsão de 634 Capitães e a falta de 319.

A crescente necessidade do policiamento ostensivo junto da população e as dificuldades das Policias Militares em atender, adequadamente, esses anseios, faz com que outras organizações comecem a tomar “corpo”, aumentando consideravelmente seus efetivos e assumindo atividades de prevenção na área da segurança pública. 

Essa falta de efetivo para a execução da Policia Ostensiva está prejudicando a população, a Brigada Militar e a Carreira de Nível Superior que se vê tolhida de planejar e realizar com quantidade e qualidade adequada o policiamento para suprir as necessidades e os anseios da sociedade.

Portanto, é hora de buscar caminhos e abrir portas que nos ajudem a diminuir a tensão e a sensação de medo e de perda que começam a tomar forma.

Mas o que seria bom, de verdade, é se essa Copa deixasse uma inquietação para todo mundo em buscar soluções permanentes.

                                 Grupo Centauro

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Segurança é a segunda maior preocupação dos gaúchos

PESQUISA IBOPE NO RS
Preocupações do eleitor (em %)



  

Ficha técnica:
Contratante: Grupo RBS
Período de campo: 13 a 16 de julho
Amostra: 812 votantes
Margem de erro: três pontos percentuais,  para mais ou para menos
Registro: no TRE, nº 00006/2014 e no TSE, nº 00224/2014
 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Grupo Centauro em reunião almoço de confraternização com a atual Diretoria da AsOfBM


Quinta, 09/07, integrantes do Grupo Centauro, participaram de reunião-almoço no Galpão da AsOfBM, no Acampamento Farroupilha,  a convite do Conselho Deliberativo,  presidido pelo Coronel RR Marcos Paulo Beck e da atual Diretoria Executiva da AsOfBM, presidida pelo Coronel Marcelo Gomes Frota. Presentes, também, o Presidente do Conselho Fiscal, Coronel Dalmo Itaboraí dos Santos do Nascimento e vários conselheiros dos dois Conselhos, bem como integrantes da Diretoria Executiva e o Presidente do Clube Farrapos Coronel RR José Roberto Rodrigues.

Usaram da palavra vários Oficiais ressaltando a necessidade de que os Oficiais da Carreira de Nível Superior sejam associados à AsOf e que haja a participação efetiva de todos. Foi também, saudado o retorno dos integrantes do Centauro ao quadro de sócios da AsOfBM.


Ao final ficou claro o reconhecimento geral de que existe muito trabalho a ser feito em defesa da Carreira de Nível Superior.


terça-feira, 8 de julho de 2014

Manifestação do Grupo Centauro face o afastamento do Presidente da AsOfBM

Caros “Centauros”!

Como diz o dito popular, “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”, novos fatos estão surgindo no ambiente da Oficialidade da BM que motivaram esta manifestação.

É sabido por todos o motivo pelo qual dezenas de associados pediram seu desligamento da Associação nos últimos anos, em especial os Centauros. Somos conhecidos como “um grupo tradicionalmente defensor dos deveres e direitos da Carreira de Oficiais de Nível Superior” e que vinham sendo aos poucos dilapidados.

Com o afastamento do presidente entendemos que é hora de retomar o apoio a Entidade, conclamando a Diretoria Executiva e Conselhos, até então desprestigiados, que implantem uma gestão com maior legitimidade, mediante aumento expressivo do número de sócios e na qual os mesmos sejam efetivamente partícipes.

A qualificação dos nossos quadros e a representatividade adequada passa, então, a ser uma possibilidade que podemos vislumbrar como um cenário favorável de atenção exclusivamente voltada à Carreira de Nível Superior da Brigada Militar.

Assim, estamos constituindo esforços e manifestando total apoio aos Oficiais em retornarem, sendo que em nosso grupo, uma dezena de Oficiais Superiores efetuou seu reingresso no quadro associativo, em encontro ocorrido na semana passada com a Diretoria e Conselho Deliberativo da Associação.

Desta forma, fica a ideia-sugestão aos demais colegas para se unirem na busca por uma AsOfBM que verdadeiramente consolide e represente a vontade coletiva dos Oficiais da Brigada Militar.

Mais do que uma vontade em participar, vislumbramos o resgate dos motivos que impulsionaram os idealizadores e fundadores dessa entidade, que deve nos representar na altura e na forma correspondente ao elevado valor da nossa sempre querida e idolatrada Brigada Militar!

segunda-feira, 9 de junho de 2014

FESTIVAL DE QUEIJOS E VINHOS NO CLUBE FARRAPOS COM SHOW DO GURI DE URUGUAIANA
DIA 19 DE JULHO 


sábado, 24 de maio de 2014

Reunião mensal do dia 22 com a palestra do Jornalista Túlio Milman

Jornalista Túlio Milman
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Dia 22, quinta-feira, no Clube Farrapos, o Grupo Centauro recebeu o Jornalista Túlio Milman para um bate-papo, como ele mesmo definiu, que de tão amistoso e agradável durou por duas horas. Entre os presentes, os Centauros saúdam os Oficiais que compareceram pela primeira vez e, especialmente, a presença do Coronel Danguí do Exército Brasileiro, integrante do MOVA (Movimento Verde Amarelo).


O Jornalista Túlio Milman apresentou as suas posições firmes e coerentes sobre a atual política de condução dos conflitos de rua em todo o Brasil, determinadas pelas autoridades constituídas em todos os níveis de poder, que criam diretrizes condescendentes para a segurança pública nesses conflitos violentos e destruidores do patrimônio, tanto público quanto privado, por “manifestantes”, causando medo e diminuindo a sensação de segurança da população. Disse que, no seu entender, deve existir uma linha bem definida entre o que pode e o que não pode ser realizado e quem ultrapassar (autoridades e manifestantes), devem ser responsabilizados.  Afirmou, como Jornalista, que os governantes tem que perceber o anseio da sociedade e que essa responsabilização, nos dias de hoje não está acontecendo, causando descontentamento na população.
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A seguir, manifestou a sua percepção sobre a segurança pública existente no país. Falou sobre a evolução tecnológica da sociedade e dos novos conceitos a partir das redes sociais que estão influenciando na vida e na segurança das pessoas.

O bate-papo fluiu naturalmente com a participação dos presentes. Vários temas de interesse da Carreira de Nível Superior foram abordados.

Ao final o Jornalista Túlio Milman foi aplaudido por todos. Ficou claro um relacionamento profissional, mas também amistoso, coerente e necessário para as instituições e a imprensa.


Durante o jantar de confraternização o “papo” continuou sobre vários assuntos da atualidade.



quarta-feira, 21 de maio de 2014

Editorial de importante jornal do país alerta para o desmonte do atual sistema de segurança pública.

O perigo da desmilitarização

EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
CORREIO BRAZILIENSE - 21/05

O cidadão de bem, que tem o direito de ir de casa para o trabalho e voltar sem ter de deixar o que ganhou honestamente nas mãos de algum marginal, precisa ficar atento a uma armação ainda mais perigosa para a sua segurança. Está nas ruas e nas mídias uma campanha de desmoralização das polícias militares, como se os verdadeiros bandidos não fossem os marginais do tráfico nem os políticos que enriquecem com desvios de verbas públicas.

Pior é o que está por trás de tudo isso: encoberta por um discurso que parece ser politicamente correto, o que realmente se pretende é aprovar uma mudança na Constituição Federal (PEC nº 51/2013), que simplesmente acaba com as polícias militares.

Constitucionalmente organizadas, mantidas e comandadas pelos governos estaduais, as polícias militares são entendidas como forças auxiliares da segurança do país, mas com foco, formação e dedicação exclusiva, nos tempos de paz, às atividades de segurança pública. São treinadas para o policiamento ostensivo e ações que, eventualmente, exijam o braço forte do Estado para garantir a ordem, o cumprimento da lei e das decisões judiciais.

Depois de tentar desarmar toda a população por meio de um referendo popular em 2005, que se transformou em tiro no pé dos autores, os atuais donos do poder político no Brasil pensam ter encontrado na eliminação das polícias militares um meio de esvaziar um poder armado sobre o qual não têm controle absoluto. Para quê?

Se os propósitos são inconfessáveis, os meios para alcançar tal objetivo são conhecidos. Basta que um policial militar - que, infelizmente, ainda é mal preparado para certas situações de confronto com o crime - cometa um erro para que toda a corporação militar seja questionada, numa generalização injusta e intolerável. Exemplos gritantes são frequentes no Rio de Janeiro, onde a força tomou pontos que antes pertenciam ao tráfico.

Um civil baleado, mesmo antes de saber quem disparou, é imediatamente usado para manifestações contra a polícia e a política de pacificação dos morros. Não é por acaso que o autor da emenda constitucional que propõe desarmar a defesa do cidadão é senador pelo Rio de Janeiro, Lindbergh de Farias, do PT, e pretende assumir o governo daquele estado.

Mas as pessoas de bem, assim como desconfiaram dos propósitos do desarmamento forçado em 2005, ainda têm tempo para rejeitar mais essa manobra para concentrar poder - inclusive o de fogo -em Brasília. Ninguém deve se enganar com os lobos mansos. Terão mais facilidade de entender o que se passa os amantes do cinema que conhecem a obra-prima O garoto, de Charles Chaplin, em que o menino atirava pedras nas vidraças antes de seu protetor, Carlitos, oferecer serviços de vidraceiro. Ou seja, trata-se de criar uma necessidade, um clima, para se encaminhar uma falsa solução.


Nas recentes manifestações de rua, militantes foram pagos para atirar fogos contra a polícia e, com isso, provocar reações que pretendem enganar o cidadão menos avisado, induzindo-o a aceitar a falsa necessidade da desmilitarização daqueles que, se não podem evitar políticos mal intencionados, pelo menos tentam defender as pessoas dos marginais violentos. Em vez de acabar com as polícias militares, mais ajuizado será dar-lhes melhores condições de exercer seu papel.