quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Na reunião dos Centauros o Coronel Valle fala dos Reflexos do Ensino na Cultura e Estratégia Organizacional.


                                                                

Dia 09/10, no Clube Farrapos, a reunião mensal dos Centauros apresentou, como palestrante, o Coronel Francisco Antônio Mondadori Valle que iniciou a sua fala com um texto de Peter Ferdinad Drucker que era filósofo e administrador e foi considerado o pai do Marketing moderno e da administração moderna:   

“Se você reparar neste mundo em rápida transformação, é melhor prestar atenção ao que ele está dizendo. Implica afirmar que as forças que exercem maior influência sobre as organizações vêm de fora delas, não de dentro” (Drucker).

O coronel Valle lembrou a palestra do mes passado, quando o Coronel Nelson Pafiadache citou que “o novo sempre vem”.

Disse que neste ano de 2012 a Brigada Militar completará 175 anos de relevantes serviços prestados à comunidade gaúcha e brasileira; entretanto, poucos são os que conhecem verdadeiramente a sua história.

A partir daí mostrou um levantamento feito por ele no IPBM – instituto de Pesquisas da Brigada Militar – verificando e analisando os trabalhos feitos por Oficiais integrantes dos Cursos Regulares da BM: Antigo CSPM, atual CEPGSP - Curso de Especialização em Políticas e Gestão de Segurança Pública. Amostra: 115 monografias do CSPM e CEPGSP; período de 1979 a 2000.

Os objetivos do levantamento e da análise foram:

1 - Verificar a tendência ou interesse nos estudos e pesquisas no âmbito da Brigada Militar e os reflexos e influências desses procedimentos;
2 - Apresentar a Corporação, sua origem, ações, percurso, inserção social, evolução e possíveis rumos no que se refere ao ensino e pesquisa;
3 - Discorrer sobre sua forma de atuação, suas mudanças históricas, compreender como são percebidas as alterações do ambiente no qual ela atua;
4 - Indicar quais as influências que repercutiram na cultura e nas estratégias institucionais da Brigada Militar.

Disse que        o ensino sempre foi o vetor de adaptações da BM, assim para evitar reflexões e análise, houve um periodo de “congelamento de nossas mentes”, com a Academia de Polícia Militar fechada por quatro anos.
Afirmou, com certeza, que em algum momento os oficiais que elabororaram esses trabalhos tiveram a oportunidade de colocar em prática esses estudos ou, talvez, até influenciar no processo.

Assim, uma análise dos trabalhos permite se ter uma idéia de determinadas posições tomadas ao longo destes 30 anos de análise e se ter uma percepção das mudanças e os momentos que ocorreram.

Concluiu que a partir de 1979, quando se iniciou a elaboração de trabalhos científicos, as mudanças ocorreram sem percepção e sem controle da Corporação, pois mesmo trabalhando com planejamento e organização, não dispomos de um órgão de análise estratratégica em nível de Corporação.

É notório que as mudanças na Corporação se deram por fatores externos, na sua maioria, com permissividade e acomodação do seu Quadro de Oficiais. A BM mudou porque em algum momento alguém pensou e no momento oportuno influenciou.
Assim, até a década de 80 o que norteava era o “positivismo”, numa transmutação do militar para o policial. Com a Constituição de 1988 e as idéias do koban, modelo japonês de policiamento de bairros, e outras correntes de policiamento, passou-se a dar enfase para o social e comunitário.

Hoje estamos na terceira onda, onde está sendo dado espaço para tecnologias e maximização dos recursos humanos e materiais.
No ensino há uma migração do estudo da cultura e estratégias para um pensamento crítico/analítico.

O caminho a ser trilhado nas pesquisas é indefinido, como um “nevoeiro”, porém apresenta alguns sinais satisfatórios como resultado dessa grande alteração no âmbito do Ensino e Pesquisa, destacadamente no CSPM/CEPGSP. Cabe, neste momento, enfatizar que muitos dos integrantes do mencionado curso, em poucos anos após a sua conclusão, galgam posições de alto comando na Brigada Militar. É nessa situação que passam, esses ex-alunos, a definir e implementar novas estratégias para o cumprimento da missão da Corporação.

Assim, a cultura organizacional, como o conjunto de valores, conceitos e procedimentos socialmente aceitos numa organização, certamente tem recebido impactos dessa mudança paradigmática, consequentemente expandindo reflexos sobre essa instituição sesquicentenária.

A CULTURA ORGANIZACIONAL

A cultura de uma organização se constitui numa variável importante, capaz de se constituir num complicador ou num aliado na implantação de novas políticas administrativas, relacionando-se também ao seu desempenho econômico.
Os elementos mais importantes na constituição da cultura são os valores, as crenças e pressupostos; os ritos, rituais e cerimônias; os símbolos; as estórias e mitos; os tabus; os heróis; as normas; a comunicação.

Estes aspectos estruturais da cultura “brigadiana” foram reforçados por toda a sua história, repleta de atos de heroísmo, por participação em conflitos e por uma forte estrutura e regime jurídico-militares.

O Grupo Centauro destaca a qualidade do palestrante e a grande necessidade da corporação considerar, urgentemente, a utilização de trabalhos existentes no IPBM, elaborados por Oficiais, com foco no aprimoramento e manutenção da instituição realizando a sua missão constitucional.

Após foi servido o tradicional jantar de confraternização.


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