segunda-feira, 23 de setembro de 2013

20 DE SETEMBRO X 18 DE NOVEMBRO


 
Muito já se disse e historiadores afirmam que a história do Rio Grande do Sul e da Brigada Militar se confundem. Portanto, escolhemos o 20 de setembro, data magna rio-grandense, para divulgar estas idéias.

Somos incluso na Brigada Militar, em 20 de fevereiro de 1967, pouco antes de vigorar o Decreto-lei 667, que impôs a missão de policiamento ostensivo, a grosso modo, às Polícias-Militares do Brasil. Fatos: incluímos no CIM, cursamos o CFO na EsFAQ e fomos declarados Aspirantes-a-oficial na APM (18 Nov 70 ). Em curso, vivemos um período de muitas transformações institucionais. Eram poucos os brigadianos (oficiais e praças) com conhecimento profundo das atividades de polícia. Os que mais conheciam eram os oriundos da "Guarda Civil" e os que foram se aperfeiçoar fora do Brasil.

De saída, os brigadianos tiveram muita vontade e pouca experiência. Mas aprenderam e aprendemos com os exemplos positivos que nos cercavam. E a afirmação da Brigada Militar ajudou a arejar a mentalidade de polícia-militar no âmbito nacional, como acontece sempre que um novo conhecimento passa a vigorar.

Muito cedo, meados da década de 1970, o trabalho brigadiano chamou a atenção fora do Estado. Até, aproximadamente, vinte anos próximos passados, ser da Brigada Militar/gaúcho era: considerado, prestigiado; e a instituição servia de paradigma. Outros policiais-militares olhavam para cá com admiração: por nossa instrução/ensino; por nossa técnica; por nossa eficiência ( no período revolucionário sempre fomos comandados por brigadianos). E também fomos admirados por nosso orgulho disso tudo.

Mas nessas duas décadas alguma coisa mudou nosso ânimo. Hoje, sentimo-nos em uma espécie de decadência (a PM mais mal paga do Brasil) que não conseguimos reverter.
Certo que há problemas bem reais (falta de pessoal e meios).

Mas também tem muita coisa boa acontecendo na Brigada Militar/ Rio Grande do Sul. Pensamos que para além da realidade objetiva, o decantado orgulho brigadiano/gaúcho (sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra) deu lugar a um baixo-astral que se manifesta especialmente no grupo dirigente e acaba contaminando toda a tropa. Surgiu uma mania coletiva de falar mal de nos mesmos, que só piora nossa situação.

Temos certeza que todos querem e precisam muito que a Corporação "dê certo".  Cada um a seu modo esta empenhado pessoal e coletivamente em fazer a sua parte. Pensamos que a dificuldade esta em nos despir das vaidades pessoais e tomar em consideração a voz dos outros.

Como aprendemos a muitos anos passados, durante as aulas do "Programa da Qualidade", quanto mais gente entrar na conversa melhor. É importante estabelecermos um conjunto bem definido de metas e atitudes possíveis para serem divulgadas, instaladas e medidas.

Para não ficar só na tese, sugerimos uma das metas: prioridade total para educação/instrução (fazer com que o próximo Curso de Formação de Oficiais, independentemente de nome, seja o melhor curso da história da BM).

Propomos, também, uma atividade: reconhecer, valorizar e divulgar o que é bem feito na polícia/sociedade.

Não devemos abrir mão do nosso senso crítico e nem seria saudável. Mas pensamos que é chegada a hora de uma reação pró-ativa em todos os setores (temos o dever sagrado de aumentando conservar). "Fazer mais, melhor e diferente - surpreender."

Otomar König – Cel RR – Ex-Chefe do Estado Maior da Brigada Militar

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