Muito já se disse e
historiadores afirmam que a história do Rio Grande do Sul e da Brigada Militar
se confundem. Portanto, escolhemos o 20 de setembro, data magna rio-grandense,
para divulgar estas idéias.
Somos incluso na Brigada
Militar, em 20 de fevereiro de 1967, pouco antes de vigorar o Decreto-lei 667,
que impôs a missão de policiamento ostensivo, a grosso modo, às
Polícias-Militares do Brasil. Fatos: incluímos no CIM, cursamos o CFO na EsFAQ
e fomos declarados Aspirantes-a-oficial na APM (18 Nov 70 ). Em curso, vivemos
um período de muitas transformações institucionais. Eram poucos os brigadianos
(oficiais e praças) com conhecimento profundo das atividades de polícia. Os que
mais conheciam eram os oriundos da "Guarda Civil" e os que foram se
aperfeiçoar fora do Brasil.
De saída, os brigadianos
tiveram muita vontade e pouca experiência. Mas aprenderam e aprendemos com os
exemplos positivos que nos cercavam. E a afirmação da Brigada Militar ajudou a
arejar a mentalidade de polícia-militar no âmbito nacional, como acontece
sempre que um novo conhecimento passa a vigorar.
Muito cedo, meados da
década de 1970, o trabalho brigadiano chamou a atenção fora do Estado. Até,
aproximadamente, vinte anos próximos passados, ser da Brigada Militar/gaúcho
era: considerado, prestigiado; e a instituição servia de paradigma. Outros
policiais-militares olhavam para cá com admiração: por nossa instrução/ensino;
por nossa técnica; por nossa eficiência ( no período revolucionário sempre fomos
comandados por brigadianos). E também fomos admirados por nosso orgulho disso
tudo.
Mas nessas duas décadas
alguma coisa mudou nosso ânimo. Hoje, sentimo-nos em uma espécie de decadência
(a PM mais mal paga do Brasil) que não conseguimos reverter.
Certo que há problemas bem reais (falta de pessoal e meios).
Certo que há problemas bem reais (falta de pessoal e meios).
Mas também tem muita coisa
boa acontecendo na Brigada Militar/ Rio Grande do Sul. Pensamos que para além
da realidade objetiva, o decantado orgulho brigadiano/gaúcho (sirvam nossas
façanhas de modelo a toda Terra) deu lugar a um baixo-astral que se manifesta
especialmente no grupo dirigente e acaba contaminando toda a tropa. Surgiu uma
mania coletiva de falar mal de nos mesmos, que só piora nossa situação.
Temos certeza que todos
querem e precisam muito que a Corporação "dê certo". Cada um a seu modo esta empenhado pessoal e
coletivamente em fazer a sua parte. Pensamos que a dificuldade esta em nos
despir das vaidades pessoais e tomar em consideração a voz dos outros.
Como aprendemos a muitos
anos passados, durante as aulas do "Programa da Qualidade", quanto
mais gente entrar na conversa melhor. É importante estabelecermos um conjunto
bem definido de metas e atitudes possíveis para serem divulgadas, instaladas e
medidas.
Para não ficar só na tese,
sugerimos uma das metas: prioridade total para educação/instrução (fazer com
que o próximo Curso de Formação de Oficiais, independentemente de nome, seja o
melhor curso da história da BM).
Propomos, também, uma
atividade: reconhecer, valorizar e divulgar o que é bem feito na
polícia/sociedade.
Não devemos abrir mão do
nosso senso crítico e nem seria saudável. Mas pensamos que é chegada a hora de
uma reação pró-ativa em todos os setores (temos o dever sagrado de aumentando
conservar). "Fazer mais, melhor e diferente - surpreender."
Otomar König – Cel RR – Ex-Chefe do Estado Maior da
Brigada Militar
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