quarta-feira, 15 de junho de 2011

Comandante Geral fala ao Grupo Centauro


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Ontem, dia 14, o Grupo Centauro, na sua tradicional reunião mensal de estudos e confraternização, recebeu o Sr. Cmt Geral, Coronel Sérgio Roberto de Abreu acompanhado pelo Chefe do EM Coronel Walmor Araújo.


O Cmt iniciou dizendo que esses meses iniciais de Comando demandaram em recuperação financeira da Instituição, visto que numa passagem de ano e de governo sempre permanecem saldos a pagar. Isso exigiu longas negociações políticas e consumiu muito tempo do comando.

Enfatizou o enorme déficit de oficiais (50%) nos comandos e diretorias, somente ontem concluiu a complementação com o preenchimento de todos os cargos vagos. Isso foi possível graças as promoções do dia 21 de abril. Disse que em função disso as decisões foram descentralizadas aos comandos e diretorias levando a uma melhora na parte operacional, produzindo mais de 12.000 prisões em flagrante neste ano, o que demonstra a eficácia operacional.

Reconheceu que existem áreas significativas que devem ser mais bem trabalhadas, como as atividades de bombeiros, de policia ambiental e de policiamento rodoviário. Citou o exemplo dos bombeiros que já possuem o ciclo completo de polícia – na atividade - e a sua evolução nos últimos anos na área de prevenção. Ressaltou a necessidade de uma atuação mais proativa do policiamento.

A instituição está trabalhando para a retomada de áreas que perderam o seu foco nos últimos anos - como a ambiental - que devem seguir o exemplo dos bombeiros.

Declarou que a BM precisa ter uma atuação mais incisiva em projetos sociais, embora hoje atenda milhares de crianças por todo o Estado, há a necessidade de reforçar o enfoque preventivo/educacional, como PROERD, Bombeiro-mirim e outros projetos existentes.                       

Para gerenciar todas essas atividades a corporação começará a investir, consideravelmente, nas áreas de tecnologia da informação e gestão operacional, assim como a capacitação de recursos humanos através da elaboração de projetos específicos.

Lembrou que não só a saúde financeira, mas a física e mental da corporação deve ser cuidada. Disse que o HBM necessita de uma profunda reforma e adequação tecnológica a fim de poder executar procedimentos em todas as áreas e promover a geração de recursos, o que não vem ocorrendo, consumindo dessa forma os recursos orçamentários.

A atual policlínica será concluída e deverá priorizar as áreas de trauma, saúde mental e ambulatorial. Já existe recurso liberado.

Quanto ao relacionamento com o Governo do Estado, particularmente com o Governador, tem sido através de diálogo aberto e intenso. O Governador, por ter sido Ministro da Justiça, conhece em todo o Brasil a área de segurança pública, bem como todas as polícias do país. O Governador afirmou que deseja dar prioridade a essa área, não só através de recursos materiais, mas também com investimentos em recursos humanos e na capacitação dos efetivos. Citou, ainda, o Pronasci Habitacional, que vai viabilizar ao efetivo de praças a aquisição da casa própria. Disse que pelas facilidades apresentadas só não vai adquirir quem não estiver organizado.

Informou que está gestionando o aumento de horas-extras e respectivo valor. (Neste momento um integrante do Grupo Centauro lembrou ao Cmt do confronto que pode existir com a ADI, em tramitação, em seus fundamentos, bem como a paridade com os inativos que não tem essa oportunidade).

Afirmou que os integrantes da BM perderam a paridade que existia com a PC até 1994 e que o nosso salário hoje tem o poder de compra equivalente a 57% do que tinha em 94.  A PC teve os maiores ganhos através da mudança do plano de carreira, sendo que os Oficiais de Nível Superior - Maj a Cel - possuem um salário 12% menor do que o correspondente na PC.

Disse que para o público externo é difícil demonstrar essa disparidade, uma vez que somente na nossa Instituição é comparado o salário do inicial da carreira de nível médio com o final da carreira de nível superior, o que não ocorre com a PC, Secretaria da Fazenda e Ministério Público só para ficar no âmbito do Executivo. Manifestou especial preocupação ao afirmar: Como recuperar o poder aquisitivo que tínhamos? Informou que o Comando já tem alguns estudos que serão entregues ao Governo.

Finalizou afirmando que apesar da inclusão de 4.000 PM, no governo passado, a defasagem ainda é enorme e que há previsão para, em breve, incluir 2.000 Soldados e após mais 2.000. Informou, também, que será aberto, ainda este ano, concurso para 120 Capitães. Salientou a necessidade de completar o efetivo e a sua preparação, bem como o investimento em equipamentos e tecnologia visando a Copa de 2014.

 A seguir o Cmt respondeu várias indagações dos presentes, que estão sintetizadas a seguir:

- Não estaria no momento de efetuar um investimento no marketing organizacional a semelhança da PM de SP onde cada PM representa a organização, diferente do nosso em que se dá mais ênfase a determinado grupamento em detrimento do todo?
 O Cmt concorda e que já estão sendo tomadas providências e os comandos estão orientados a exercer a sua competência, a exemplo da autoridade judiciária militar e a de polícia ostensiva, não permitindo a interferência em suas competências.

- Questionado sobre a inviabilidade de escalonamento vertical de forma simétrica com outras categorias?
 Concorda e demonstra que isso seria o engessamento da Corporação. Seria colocar uma “bola de chumbo” no pé do soldado, puxando toda a corporação para baixo ou mantendo-a estagnada.

- O atual plano de carreira não teria sido um erro estratégico de forma a massificar a carreira?
 Em parte, mas que no momento oportuno poderá ser revisto.

- Qual a posição do Comando sobre o aumento do IPE?
 Respondeu que ainda não tem posição firmada.

- Sobre os projetos de incorporação da GIAP ao básico encaminhado a AL e a afirmação de que o projeto de subsídios fora entregue pelo comando anterior ao gabinete de transição?
 Diversos projetos foram devolvidos por não terem tido tramitação no governo anterior, mas desconhece se estes estariam entre eles, mas que já há estudos na retomada desses assuntos que são similares.

- O Coordenador da reunião, em nome do Grupo Centauro, perguntou sobre a proposta apresentada de paridade do Capitão ao Delegado de 1ª estabelecido na Constituição Estadual.
 Como categoria e como instituição essa é a busca a ser alcançada. Disse que já demonstrou, em diversas oportunidades ao Governador, que o Capitão somente vai receber o mesmo valor que um delegado em inicio de carreira após 10 a 12 anos de serviço. Sobre esse assunto entende que temos que ter inteligência e perseverança. Não será no “grito”, ou “chutando porta” que isso será resolvido. Lembrou o último episódio da ASDEP que não questiona o aumento do IPE e sim ingressou na justiça, desviando o foco e levando para outro campo a negociação.

Integrantes do Grupo Centauro apresentaram várias sugestões ao Cmt. Ele afirmou que todas serão estudadas e que o Comando estará receptivo a novas propostas e sugestões. Disse o Cmt, que o Comando não é de um homem só, na realidade ele pertence a todos os integrantes da Corporação, pois cada um deverá contribuir com a sua parte.  


O Grupo Centauro ressalta a postura serena e o conhecimento profundo da instituição e dos anseios do efetivo com que se apresentou o nosso  Comandante Geral.


Após os trabalhos, como é de costume, foi servido um ótimo jantar preparado pelo pessoal do Clube Farrapos. Os agradecimentos a eles, ao Presidente e a Diretoria do Clube.


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