sexta-feira, 1 de julho de 2011

Nosso colega morreu. Até quando o governo continuará omisso com a segurança pública?



Ontem o nosso colega Tenente Coronel Danilo Rozzo foi assassinado por ladrões quando defendia uma pessoa do povo que ele não conhecia.  Hoje seu corpo foi sepultado em um frio cemitério. No futuro cairá no esquecimento o seu ato de bravura e dele próprio só a família se lembrará, pois, essa sim, continuará sofrendo com a sua falta. 

Seu filho de 13 anos não terá o pai herói para continuar a protegê-lo.

Nós os colegas, tomados de profunda tristeza, perguntamos aos governantes: Até quando continuará o descaso pela segurança dos cidadãos? Por que não se combate a criminalidade com investimentos sérios e necessários? Por que não se valoriza os profissionais de segurança pública?

O Grupo Centauro presta sentida homenagem ao nosso Tenente Coronel Danilo Rozzo, integrante da Carreira de Nível Superior da Brigada Militar, transcrevendo a coluna do jornalista Paulo Santana, publicada hoje no jornal Zero Hora.

Consciência do dever


“O 4º Distrito parou ontem à tarde, três bandidos assaltaram uma mulher que vinha saindo de uma agência bancária de onde retirara R$ 400.

O tenente-coronel Danilo Rozo, 49 anos, da reserva da Brigada Militar, sentiu-se no dever de intervir e deu voz de prisão aos assaltantes, que reagiram baleando o coronel no peito, duas vezes.

O coronel ainda feriu dois dos assaltantes que foram levados para o hospital.
Mas o coronel acabou morrendo a caminho do hospital.

Eu estive pensando demoradamente sobre este caso, ontem. Se o coronel não estivesse armado, a esta hora estaria tomando chimarrão em casa com sua esposa.


Mas alguém tem de reagir a este banditismo e foi a hora do martírio do coronel.

Três bandidos armados contra um policial da reserva armado, até que foi tecnicamente lógico o resultado do tiroteio: o coronel assassinado e dois bandidos feridos no hospital. O terceiro assaltante fugiu.

Este episódio revela toda a brutalidade que domina as nossas ruas. Ruas é forma de expressão, os assaltantes atacam sítios e fazendas ao redor de Porto Alegre, amarram as vítimas, roubam o que bem entendem, a coletividade está inteiramente à mercê do crime, como retratou um assalto a uma fazenda em Butiá, também anteontem, de cujos detalhes por acaso tomei conhecimento.

Os familiares e colegas deste brigadiano assassinado ontem na Avenida Assis Brasil têm tudo para orgulhar-se dele. Ele poderia dar de ombros e deixar que os assaltantes levassem à frente seu propósito.

Mas não, irrompeu nele uma sublime consciência de dever, que o impeliu à morte.
Imolou-se em plena avenida por ser digno de sua profissão e de sua vida, que se soube agora foi ocupada durante anos em salvar vítimas das enchentes, como oficial bombeiro.

Morreu reto e correto. Que lhe sirva de consolo póstero e honra esta coluna que dedico a todos os policiais que morreram no cumprimento do dever”.

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