Após a confraternização com o Grupo Papo Roxo, no dia 03/03/2011, em Canoas, no restaurante da Petrobras, com a presença do Cel Simões, Vice Presidente da Diretoria Executiva da AsOfBM, restou fazer algumas reflexões, pois "a verdade jamais é pura e raramente é simples"(*), e estas precisam do debate...
O Ten Cel Simões colocou que a ASOFBM está tratando a questão da previdência dos Oficiais da Brigada Militar com seriedade, pois criou um grupo de trabalho para levantar indicadores em todo o Brasil e buscar argumentos para o debate político e representativo do assunto, e isto é muito bom, já que este tema é da grande importância para todos os oficiais.
Mas a reunião com os colegas do Papo Roxo mostrou, mais uma vez, a preocupação com a falta de união dos oficiais da Brigada Militar, principalmente nas questões de direito e prerrogativas. A Associação dos Oficiais da Brigada Militar (ASOFBM), pelo número de associados, não representa a totalidade dos Oficiais da Brigada Militar e isto a enfraquece nos debates e nas reivindicações classistas.
Há também os entraves e privilégios que promovem disparidades salariais entre oficiais no mesmo posto, impedindo alternativas e soluções comuns. Vários Oficiais são desviados da atividade fim para desempenhar funções no Legislativo, no Ministério Público, nas Prefeituras, nos Presídios, com a conrcordancia de todos. Apesar de cada um ser dono da sua carreira e de suas escolhas na busca de boas oportunidades, há de se chegar a um ponto de interesse comum em nome da categoria e da importância da corporação para a sociedade.
Outro "esquecimento" que se vê é a situação do Capitão, primeiro posto de investidura da carreira do Quadro de Oficiais de nível superior da Brigada Militar, que continua abandonado apesar de ter recebido toda sorte de manifestação e apoio durante aquele embate histórico, mas vergonhoso, ocorrido na Assembléia para manter um direito que subordinados queriam tolher, mas que está sendo dilacerado por uma entrega de outro direito(19%-11%). Não vejo projeto em andamento para atender a justa paridade salarial do Capitão do quadro de Oficiais Superiores da Brigada Militar com o cargo inicial de Delegado de Polícia. Enquanto isto, perdemos a concorrência na busca de candidatos a novos oficiais e na permanência do Capitão em nossas fileiras.
Infelizmente, nossa cultura organizacional ainda nos submete às iniciativas pessoais do Comando Geral até nas nossas reivindicações salariais e de direito, impondo o princípio da "obediência devida" sem contraditório e o respeito "incondicional" às autoridades constituídas. Esta "cultura", útil e benéfica em outros tempos, agora só nos amarra, nos amordaça e nos imobiliza quando queremos garantir justiça, direitos, prerrogativas e salários dignos e iguais às demais carreiras jurídicas que são essenciais à justiça e à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. A principal virtude da democracía é a igualdade.
JORGE BENGOCHEA - Cel RR - Blogs da Frente, Mazelas Policiais e Mazelas do Judiciário. Livros: Ordem e Liberdade, Policiamento Comunitário e Relatório Lee Brown (tradução).
* Oscar Wilde.
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